quinta-feira, 25 de junho de 2009

SEM PÉ NEM CABEÇA


E aprendi que a semana tem sete dias. Que o domingo é morno e a segunda tem cheiro de mofo. Que o sábado é de aleluia! aleluia! aleluia!!! Que os outros dias não cheiram nem fedem.
E aprendi que o dia tem vinte e quatro horas. Que as horas faltaram às aulas de ética e não aprenderam a conta de divisão. Que elas não são justas na hora do pagamento. As horas precisam acordar para a realidade!
E aprendi que a hora tem sessenta minutos. Como já vivi sessenta anos, para saber quantos minutos vivi, precisaria de uma baita conta. Nunca fui boa em conta, principalmente de multiplicar.
E aprendi que cada minuto tem sessenta segundos. Ah! Esse, sim, merece uma atenção especial. Num segundo pode acontecer:
- a viagem de ida e volta de um olhar;
- um grande amor a se viver;
- uma culpa a dividir;
- a lágrima de uma dor.
Pois não é que o segundo são as vogais da vida? Exceto o u, que é feio e cheira a fim. Fim de festa. Fim de um amor. Fim do fim de semana. Fim da linha. Fim da vida. Fim de um conto, sem pé nem cabeça.

6 comentários:

  1. Olá =]

    adorei o sem pé nem cabeça, perfeito =]

    Passei por aki =**

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  2. E eu adorei o seu comentário, Nanes. Passe sempre por aqui...ou aki, como preferir. O importante é que você passe, leia...e goste. Obrigada pela visita. O ilustrador também agradece.

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  3. ..........um conto de ficar sem pé nem cabeça.................rssssssssss.......ótimo.
    Comunique ao jovem ilustrador que achei fantástica a ilustração..................

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  4. Oi, Rudolfo! O ilustrador vai ficar lisonjeado. Quanto ao conto é como a vida: um dia tem pé, outro não; um dia, é cabeça, outro, quam sabe? Abraços!!!

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  5. Oi, Ana! Bom ver você de novo por aqui. Melhor ainda saber que gostou do conto. Continue fazendo sua seleção, isto é muito bom. Abraços e obrigada.

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